top of page

Parece simples pensarmos em um profissional que lida com o texto dos outros, buscando em sua leitura apontar deslizes de autores desatentos, afinal, a revisão parece ser entendida simplesmente como a correção de erros gramaticais e ortográficos dos textos e a adequação de sua linguagem a regras pré-estabelecidas por manuais de normalização. 

​    Mas será esse o papel do revisor de textos? O pesquisador José Muniz Jr. propõe em seu artigo Revisor, um maldito: questões para o trabalho e para a pesquisa uma reflexão sobre o cotidiano de trabalho desse profissional, discutindo esse lugar-comum a ele atribuído:

 

Para o senso comum, o revisor simplesmente aplica uma norma a um texto, para expurgar desse texto um erro (ausência da norma). Essa operação altera o estatuto desse texto, que passa a poder ser considerado um texto normatizado. Nesse construto, o sujeito nem se deixa perceber, porque se põe como completamente assujeitado pela norma que utiliza (ou pela norma que se utiliza dele). (MUNIZ Jr., 2010, p. 278)

 

    O autor procura mostrar o quão instável é a atividade de revisão de textos, e revela, assim, um ambiente de práticas e funções ainda indefinidas, o qual vale a pena conferir.

Revisor, um maldito?

Fonte: <miltonjung>

bottom of page